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A questão linguística entre o pensamento de Heidegger e a poesia de Manoel de Barros

 

 

Este minicurso tem como proposta pensar a questão da linguagem a partir da reflexão Heideggeriana da essência da linguagem em diálogo com o dizer poético de Manoel de Barros. Portanto, pensar outra possibilidade de linguagem para além da linguagem lógica, predicativa, conceitual que domina o pensamento ocidental. Ao mesmo tempo em que pensa a linguagem poética (essa outra possibilidade da linguagem) para além da questão do belo, ou da questão estética, mas como um dizer inaugural, como diria o pensador, ou, como linguagem que “dá nascimento”, como diria o poeta. Essa é uma questão que surge a partir de uma reflexão filosófica do pensador alemão Martin Heidegger em relação ao Ser. Questão esta que o leva a identificar, na sociedade atual, uma crise da linguagem onde essa decai em uma mera proposição significativa, abandonando tudo aquilo que lhe tem de mais essencial que é o inaugurar, o nomear, o trazer tudo aquilo que não É ao Ser. Essa linguagem que é desde seu nascimento, com o primitivismo do balbuciar, pensada já como a essência do homem. E aí diz o poeta: “as coisas que não são, são mais pronunciadas pelas crianças”. A humanidade já em seu período infantil, que por muitos é também o seu período de esplendor, ali onde a linguagem desenvolve a escrita, diz pela voz de Aristóteles: “o homem é o ser que fala”, é o ser dotado de lógos. Está na essência do homem o dizer. Porém, esse lógos, com a passagem do pensar grego ao latino foi traduzido por lógico, por racional. Esse logos que era inseparável do poético, do mítico, da vida decai na mera racionalidade que a cada vez mais se distancia de sua fonte originaria até tornar-se uma mera reflexão vazia de um erudito solitário de um gabinete com cheiro de mofo.

A linguagem é então a essência do homem. Assim entenderam, em grande parte, os gregos, os medievais, os modernos e os contemporâneos. Assim pensa Heidegger, assim diz Maneco. Porém, o que é linguagem essencialmente? O que é essência? Quem é o homem? Nesse ponto as divergências são as maiores possíveis. Daí, esse minicurso se propõe a pensar esse diálogo urgente entre pensador e poeta acerca da questão da essência da linguagem.

 

 

 

 

 

Jaderson Gonçalves Nobre: Em busca de uma integralidade venho desenvolvendo pesquisas e ações neste sentido. Trabalhando com arte e brincando com ciência. Iniciei meu percurso acadêmico na área de exatas, passando daí para as humanas, onde na graduação feita em filosofia desenvolvi um trabalho com base nas "Educação Estética do homem" de Schiller, onde busquei um caminho de integração entre corpo e mente. No mestrado, também em filosofia, estou desenvolvendo uma pesquisa na relação de saber científico e saber poético. No campo da arte, trabalho com Circo, Capoeira e Xadrez. Sempre buscando evitar unilateralidades. 

 

 

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